Probióticos melhoram homeostase da microbiota

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Probióticos nas doenças associadas ao microbioma

Escrito por: Adenilde Bringel

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define probióticos como ‘microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro’. Assim, nas últimas décadas tem sido demonstrado que os probióticos melhoram a homeostase da microbiota e, consequentemente, ajudam a manter a saúde intestinal. Além disso, a adição de prebióticos aos probióticos (simbióticos) também tem sido recomendada.

Para avaliar as diversas possibilidades de uso dessas cepas, pesquisadores da República da Coreia desenvolveram uma revisão que fornece um breve resumo do conceito e da função dos probióticos e sua relação com doenças associadas ao microbioma intestinal. “Como as comunidades microbianas intestinais não são permanentes e podem ser alteradas por vários fatores, como estilo de vida, dieta e uso de antibióticos, os probióticos podem ser usados ​​para tratar e prevenir uma variedade de distúrbios”, relatam.

Por exemplo, já está cientificamente reconhecido que a microbiota intestinal humana pode desempenhar um papel no desenvolvimento de doenças metabólicas, incluindo obesidade e diabetes. “Curiosamente, foi demonstrado que a administração de probióticos melhora o prognóstico e o tratamento dessas doenças”, descrevem. Além disso, alguns estudos sugerem que os probióticos tenham efeitos moduladores imunológicos nutricionais e benéficos em pacientes com doença inflamatória intestinal (DII).

Outras doenças 

Na revisão, os autores também destacam a disbiose da microbiota intestinal humana, definida como o desequilíbrio da estrutura e função da população microbiana intestinal. Este é um problema comum na era atual, causado por infecções bacterianas, mudanças na dieta e uso de antibióticos. “Pesquisas recentes demonstraram que a disbiose intestinal também está associada à patogênese de distúrbios intestinais, como DII, síndrome do intestino irritável e doença celíaca”, acentuam.

Os cientistas ressaltam que as bactérias benéficas no trato intestinal inibem a infiltração e o crescimento de bactérias patogênicas por meio de sua competição por espaço e recursos. “Assim, os probióticos são uma das principais soluções para restaurar o equilíbrio microbiano intestinal e prevenir infecções em pacientes após o tratamento antibiótico, que induz a disbiose da microbiota intestinal”, enfatizam.

Outro problema comum é a diarreia associada a antibióticos (DAA), um efeito adverso comum do tratamento antibiótico que resulta na disbiose intestinal. De acordo com os autores, uma das causas da DAA é a bactéria Clostridioides (anteriormente Clostridium) difficile, que pode causar infecção do intestino grosso como resultado da redução da resistência aos antibióticos. “Mais uma vez, foi sugerido que os probióticos podem ser benéficos e seguros na prevenção de DAA, como demonstrado em vários ensaios clínicos randomizados”, destacam.

Câncer colorretal 

A taxa de incidência de câncer de cólon tem aumentado em países desenvolvidos como Europa, Estados Unidos e Austrália, e os sintomas incluem excrementos com sangue e perda de peso. “Este tipo de câncer é causado principalmente pelo envelhecimento e estilo de vida, enquanto os casos genéticos são poucos. No entanto, em países em desenvolvimento, onde o rastreamento regular de saúde não é possível, a incidência de câncer de cólon em jovens é alta”, acrescentam. Além disso, pessoas com DII têm um risco aumentado de desenvolver câncer colorretal.

Os autores da revisão lembram que alguns estudos recentes exploraram os papéis dos probióticos na prevenção do câncer colorretal por meio da alteração da microbiota intestinal e seus possíveis mecanismos imunomoduladores. No entanto, a eficácia da terapia do câncer usando probióticos justifica mais investigações, incluindo ensaios clínicos e estudos de modelos em animais, já que nem todos os probióticos têm os mesmos efeitos.

Conclusões 

Em resumo, estudos avaliados na revisão mostraram resultados promissores para tratar doenças associadas ao microbioma intestinal humano, uma vez que os probióticos melhoram a homeostase da microbiota. “Embora seja necessária uma variedade de estudos orientados por hipóteses, estudos anteriores e em andamento indicam que os probióticos podem ser usados como soluções potenciais para prevenir ou tratar doenças associadas ao microbioma intestinal humano”, concluem.

No entanto, é importante definir as quantidades adequadas de probióticos quando são usados em pacientes específicos para fins terapêuticos. O artigo ‘Role of probiotics in human gut microbiome-associated diseases’ foi publicado no Journal of Microbiology and Biotechnology em 2019 – https://doi.org/10.4014/jmb.1906.06064.

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