De acordo com a OMS, o período de incubação da doença de Chagas varia de acordo com a forma de transmissão. Na via vetorial, por exemplo, é entre 4 e 15 dias, enquanto na transmissão via oral é entre 3 e 21 dias. Já na transfusional ou por transplante, a incubação é de 30 a 40 dias ou mais e, na transmissão acidental, até aproximadamente 20 dias para a manifestação dos sintomas. O quadro clínico do infectado na fase aguda pode durar algumas semanas ou meses, e geralmente é leve ou assintomático, permanecendo de forma latente – embora a fase esteja associada à infestação e multiplicação parasitária no miocárdio e em outros tecidos comumente acometidos, como o sistema nervoso e o aparelho digestivo.
Já as manifestações crônicas da doença de Chagas aparecem mais tarde, na vida adulta, 20 a 30 anos depois da infecção original. Entre 30% e 40% dos infectados vão desenvolver problemas graves ao longo da vida, incluindo alterações cardíacas importantes, como a insuficiência cardíaca, e manifestações digestivas com dilatações graves chamadas de megaesôfago e megacólon (leia mais na página 10). “Por causa do diagnóstico tardio, existe um perfil de pacientes com doença de Chagas na forma crônica. Esses são, na maioria das vezes, indivíduos com mais de 50 anos de idade que contraíram a enfermidade antes da política de combate ao inseto”, explica a médica infectologista Érika Alessandra Pellison Nunes da Costa.