Idosos geralmente são mais suscetíveis a infecções e aqueles que residem em instituições de cuidados são ainda mais propensos a esses problemas. A ciência já mostrou que, na medida em que a resposta imunológica fica comprometida devido à idade, infecções podem se tornar refratárias e os sintomas tendem a ser mais graves.
A pirexia (elevação da temperatura do corpo humano para acima dos limites considerados normais) é considerada um indicador de doença infecciosa e, por isso, a observação regular da febre pode até resultar em atendimento médico imediato. Há um consenso na literatura médica de que é importante diminuir a incidência e a duração da febre nos idosos, porque a elevação da temperatura persistente leva à desidratação e a complicações.
Para investigar os efeitos da ingestão de um leite fermentado com Lactobacillus casei Shirota (LcS) em residentes de lares de idosos, cientistas japoneses realizaram um ensaio clínico com 88 participantes. “Examinamos a eficácia do consumo de leite fermentado na supressão da febre, no alívio da constipação, na melhoria dos parâmetros sanguíneos periféricos e de secreção salivar de IgA (sIgA), e na modulação da microbiota fecal dos idosos”, afirmam os autores.
Os voluntários ingeriram um frasco de leite fermentado contendo LcS ou um placebo diariamente, durante seis meses de inverno. O consumo do probiótico foi associado a uma diminuição significativa no número de dias em que a febre foi detectada e na duração média da febre, em comparação com o grupo placebo, embora não tenham sido observadas diferenças significativas em outros parâmetros biológicos.
“A ingestão contínua deste leite fermentado pode ser benéfica para os idosos no sentido de suprimir o número de dias de detecção da febre e a duração da febre, que geralmente aumenta no inverno”, sugerem os autores. O estudo ‘Decreased number of days of fever detection and duration of fever with continuous intake of a fermented milk drink: a randomized, double-blind, placebo-controlled study of elderly nursing home residents’ foi publicado na Bioscience of Microbiota, Food and Health em 2019.