Segundo dados da literatura, há um pior controle glicêmico entre as mulheres, de forma geral, devido principalmente a fatores biológicos ou endócrinos no sexo feminino. Contudo, uma tese de doutorado desenvolvida na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FM-UFMG) apontou que as mulheres pretas têm mais chances de apresentar o controle inadequado de diabetes tipo 2, quando comparadas com mulheres e homens brancos.
A análise foi feita com dados do Estudo Longitudinal em Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). A coorte multicêntrica incluiu 15.105 servidores públicos federais ativos ou aposentados, de universidades e institutos de pesquisa localizados em seis capitais brasileiras: Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
A pesquisa da doutoranda Gisseila Garcia indica, ainda, que mulheres pretas e pardas, e homens pretos, apresentam mais do que o dobro da chance de controle glicêmico inadequado em nove anos de seguimento. O grupo com menos prevalência de diabetes tipo 2 no estudo foi o de mulheres brancas.
“O achado é reflexo dos fatores de risco da doença, pois esse tipo de diabetes demanda acesso a serviços de saúde de qualidade, segurança alimentar e alimentação adequada para o melhor cuidado”, acredita a pesquisadora. Além disso, para o controle adequado é necessário o acesso aos medicamentos e aos cuidados de saúde e manter um estilo de vida saudável, entre outros fatores.