Saiba como evitar as dores de ouvido em viagens

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Evite as dores de ouvido em viagens

Escrito por: Fernanda Ortiz

Viagens de avião ou de carro para regiões serranas podem causar desconfortos como dores de ouvido, pressão na cabeça, nos dentes e na face. Tais sensações ocorrem em função da mudança brusca na pressão atmosférica. Geralmente, esse desconforto cessa em alguns minutos após a decolagem ou o pouso (no caso de voos). Entretanto, quando as dores são intensas por períodos prolongados podem ser indicativos de lesões.

Nas viagens de carro para regiões de serra é mais difícil haver um barotrauma. De acordo com especialistas da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), normalmente os desconfortos incluem apenas pouca dor relacionada à sensação de ouvido tampado. Com a persistência e intensidade dos desconfortos ao fim da viagem, a recomendação é buscar auxílio médico o quanto antes.

O médico otorrinolaringologista Bruno Borges de Carvalho Barros explica que quando o ouvido não consegue equalizar a pressão interna com a externa pode ocorrer um trauma interno com secreção de líquido e até sangue dentro da orelha média. “Conhecido por barotrauma, o trauma ocorre pelo bloqueio da tuba auditiva (canal de comunicação entre ouvido e nariz) devido as alterações da pressão atmosférica”, descreve. O sintoma mais comum é a dor, podendo ocorrer sensação de ouvido tampado ou zumbido.

Em bebês e crianças pequenas o problema é mais frequente. “Isso ocorre pela própria anatomia das estruturas envolvidas na regulação desta pressão, que incluem o tamanho e a posição da tuba auditiva e a imaturidade do sistema de compensação”, descreve a otorrinolaringologista Roberta Pilla, do Grupo de Otorrinolaringologia e Via Aérea Pediátrica do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. O quadro pode piorar caso a criança esteja passando por algum processo inflamatório, como crise alérgica, resfriado, infecções em ouvido ou gripe.

De acordo com a otorrinolaringologista Maura Neves, médica assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), se possível, é melhor evitar viagens de avião quando estiver com crise alérgica respiratória, resfriado ou muito congestionado. Isso porque, nessas situações o risco de barotrauma aumenta consideravelmente. “Caso a viagem seja inadiável, consulte um especialista que poderá indicar medicações específicas para diminuir ou eliminar a congestão mais rapidamente”, sugere.

Crianças

Em crianças pequenas, o incômodo da mudança brusca na pressão atmosférica pode ser minimizado ao estimular o movimento da mandíbula. Isso pode ser feito com amamentação, chupeta ou ingestão de água ou outro líquido por mamadeira. Eventualmente, gotas otológicas e analgésicos também podem ser indicados pelo pediatra para minimizar o desconforto. Além disso, a otorrinolaringologista Roberta Pilla indica carinho, colo e aconchego para aliviar o desconforto dos bebês. 

Faça uma viagem tranquila

  • Ao perceber a mudança de pressão atmosférica, faça a manobra de Valsava. O método que aumenta a pressão intratorácica para equalizar a pressão dos ouvidos consiste em inspirar, manter a boca fechada e apertar as narinas com os dedos enquanto força a saída de ar pelo nariz. Entretanto, evite realizá-la com muita intensidade, pois pode piorar a dor e a congestão dos ouvidos;
  • Mastigar chicletes ou alimentos mais duros, como maçã ou cenoura, pode ajudar a equilibrar a pressão no ouvido e evitar a dor. Tal movimento força a tuba auditiva, permitindo equalizar a pressão e diminuindo a sensação de ouvido tampado;
  • Provocar bocejos aciona os músculos da face, liberando a tuba auditiva e favorecendo o equilíbrio da pressão;
  • O uso de spray nasal (desde que devidamente indicado pelo otorrinolaringologista) ajuda na passagem do ar para o ouvido, reequilibrando a pressão mais facilmente.

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