Uma revisão sistemática mostrou que probióticos e prebióticos são seguros durante a gestação, inclusive na prevenção de eventos adversos. O principal objetivo dos cientistas foi avaliar as evidências sobre os efeitos adversos da suplementação materna de probióticos, prebióticos e/ou simbióticos durante gravidez e lactação. Assim sendo, poderiam interpretar os resultados para ajudar os profissionais da área a manter uma tomada de decisão clínica mais acertada.
Os pesquisadores lembram que probióticos podem ajudar na prevenção de diabetes gestacional, mastite, prisão de ventre, depressão pós-parto e crescimento de bactérias Streptococcus do grupo B. Ademais, alguns probióticos alteram a composição microbiana vaginal e do leite materno. “Dessa forma, probióticos têm sido usados para prevenir a recorrência da vaginose bacteriana”, afirmam os cientistas. Além disso, simbióticos podem ajudar na saúde intestinal dos recém-nascidos, influenciando a composição de seus microbiomas intestinais.
Os autores do artigo ‘Are probiotics and prebiotics safe for use during pregnancy and lactation? a systematic review and meta-analysis’ elegeram 11/100 estudos para inclusão na análise quantitativa, e os dados foram visualizados em um diagrama GOFER. “Embora estudos anteriores tenham demonstrado a eficácia dos probióticos na gravidez, o objetivo da revisão foi avaliar a segurança do uso”, argumentam os pesquisadores do Department of Health Sciences, Carleton University, no Canadá.
Embora a suplementação de probióticos em populações grávidas tenha sido associada a vários benefícios para a saúde, persiste a falta de informação sobre os benefícios de prebióticos e simbióticos em grávidas e lactantes. Entretanto, os benefícios potenciais desses produtos em populações não grávidas incluem a redução do colesterol plasmático e das concentrações de insulina, assim como diminuição do peso corporal em indivíduos com sobrepeso, e melhoria da consistência das fezes e da constipação.
De acordo com os autores, primordialmente, a investigação da incidência de efeitos adversos após a suplementação de probióticos, prebióticos ou simbióticos na gravidez é necessária. “Da mesma forma, a síntese desta evidência de forma acessível é importante para determinar se existem riscos associados à sua ingestão para populações vulneráveis”, acentuam. Em resumo, probióticos, prebióticos e simbióticos são considerados seguros durante a gestação.
Tomada de decisão
Sobretudo, os resultados da revisão científica servem para garantir uma tomada de decisão mais acertada sobre a potencial utilização de simbióticos nesta fase. De acordo com o estudo, os efeitos adversos associados ao uso de probióticos e prebióticos não representam nenhum problema sério de saúde para mãe e bebê. “Nossas descobertas fornecem informações para que os profissionais da saúde tomem decisões baseadas em evidências sobre o uso de prebióticos e probióticos”, afirmam os autores. O estudo foi publicado na revista Nutrients, em 2021 (doi:10.3390/nu13072382).
