Culpa materna é sentimento comum

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Culpa materna é um sentimento comum

Escrito por: Fernanda Ortiz

Quando nasce um filho, nasce uma mãe e, junto dela, a busca constante por fazer o melhor. Assim, a mulher se esforça para garantir o cuidado, o amor incondicional, a proteção e o tempo de qualidade aliados aos cuidados com a casa e os compromissos de trabalho. Nesse processo incansável, nem sempre tudo parece ser suficiente. Por esse motivo, a culpa materna é um sentimento comum e surge como uma onda que carrega expectativas, frustrações e medo de falhar. Ainda que não seja fácil, abraçar as imperfeições da maternidade ajuda a superar as pressões sociais e a fortalecer o vínculo entre mães e filhos. 

Para a psicóloga Rafaela Schiavo, pioneira da Psicologia Perinatal e da Parentalidade e fundadora do Instituto MaterOnline, a maioria das mães já se sentiu culpada por não atender às expectativas da sociedade. “A culpa materna é um sentimento comum que surge por causa das junções sociais, pessoais e da realidade da maternidade”, observa. Em resumo, a partir da ideia de que a mãe é a principal responsável pelo bem-estar da criança e que o futuro dos filhos será um reflexo de sua própria conduta, o peso fica ainda muito maior.

“Ainda que o padrão de mãe perfeita não exista, é comum a mulher se comparar a esses ideais e sentir-se, por vezes, inadequada na tentativa de fazer o melhor”, ressalta a psicóloga. Por causa disso, a culpa aparece de várias maneiras. Entre os exemplos, a mãe se pergunta se está fazendo o melhor pelos filhos, se trabalha muito, se a conexão entre eles é tão profunda quanto deveria, se estão alimentados de forma adequada e se os cuidados com a saúde são suficientes. Entretanto, de acordo com a psicóloga, esses questionamentos podem ser prejudiciais à vida da mulher. Afinal, a culpa impacta o bem-estar emocional das mães, fazendo com que se sintam mais ansiosas e distantes, o que pode prejudicar a convivência com os filhos e o parceiro.

“Quando abordada de maneira construtiva, aceitando as imperfeições da maternidade, a culpa pode ajudar no crescimento pessoal, a superar as pressões sociais e, principalmente, a fortalecer o vínculo entre mães e filhos”, enfatiza a psicóloga. Dessa forma, buscar conhecimento sobre o tema, antes mesmo do nascimento dos filhos, pode ser fundamental para entender que falhar, sentir cansaço e não ser autossuficiente a todo tempo faz parte do processo da maternidade.

Dicas para deixar a culpa de lado

  • Converse com outras mães – Dividir sentimentos, angústias e expectativas com mulheres na mesma condição ajuda a aliviar a pressão e a entender que essa cobrança, ou culpa, é um ponto comum.
  • Seja gentil consigo mesma – Entender que está tudo bem em não ser uma mãe perfeita é o ponto de partida. É preciso derrubar essa falsa idealização de plenitude e entender que mães possíveis ou suficientemente boas são altamente capazes de fazer a diferença. 
  • Mantenha o autocuidado – É fundamental reservar um tempo para cuidar da mente, do corpo e do bem-estar.
  • Busque ajuda quando necessário – Se a culpa e a pressão estiverem difíceis de controlar a ponto de causarem tristeza e interferirem nas relações familiares, procurar um profissional especializado em saúde mental é fundamental. Dessa forma, será possível entender a raiz do problema e estabelecer maneiras de aliviar o sentimento.

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