Assistência promovida por uma equipe multidisciplinar

• Dicas Saudáveis

Cuidados paliativos melhoram qualidade de vida

Escrito por: Elessandra Asevedo

Atualmente, no mundo, estima-se que mais de 56 milhões de pessoas precisem de cuidados paliativos. Os números da Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA) mostram que cada vez mais pacientes fazem uso desse modelo de tratamento. No entanto, o cuidado paliativo ainda é um tabu, cercado por mitos e dúvidas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), paliar significa a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes diante de uma doença que ameaça a vida.

Assim, cabe ao corpo médico e de enfermagem entrar em ação ao tentar identificar precocemente tanto a dor quanto outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais do paciente. Dessa forma, os profissionais de cuidados paliativos monitoram constantemente esses indicadores e conversam com os pacientes e familiares para informá-los sobre o estado da doença. Assim, a equipe especializada busca melhorar a qualidade de vida, reduzir a dor e o sofrimento do paciente.

Da mesma forma, as novas técnicas e os procedimentos inovadores empregados no tratamento de pacientes oncológicos, por exemplo, têm tido uma resposta positiva. Um dos principais objetivos dos cuidados paliativos na Oncologia é reduzir os efeitos causados pela enfermidade. No entanto, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o método alivia a dor em mais de 90% dos pacientes com câncer, embora muitas pessoas ainda associem os cuidados paliativos a uma sentença de morte.

Segundo o médico oncologista clínico Antonio Cavaleiro, coordenador da Oncologia do Hospital Santa Catarina – Paulista, o resultado que o cuidado paliativo traz para a vida dos pacientes evoluiu muito ao longo dos anos. No entanto, apesar de diversas pesquisas e estudos comprovarem a eficácia do cuidado paliativo, ainda existem muitas ideias erradas acerca do tratamento.  “Até pelo emprego coloquial do termo paliativo, existe uma percepção de que é um ‘remendo’, que não vai resolver o problema. Só que a realidade de muitas doenças é que não podem ser resolvidas com uma única intervenção ou com uma série de intervenções”, pontua.

Tratamento complementar

A médica geriatra e paliativista Julliana Lianzza esclarece que o objetivo do cuidado paliativo não é substituir o tratamento curativo tradicional, mas complementá-lo. “Dor, limitação física e perda de alguma função traz muito sofrimento ao paciente, e é nesse sofrimento que a gente tenta atuar”, completa. Além disso, o cuidado paliativo não envolve só o médico, mas uma equipe multiprofissional composta de psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, entre outros profissionais.

Os médicos reforçam, ainda, que os cuidados paliativos não aceleram ou adiam a morte, pois o objetivo principal é melhorar a qualidade de vida do paciente. Assim, as decisões tomadas pela equipe médica são focadas na pessoa e nos seus anseios, medos e dores.  Em resumo, cuidados paliativos são aplicáveis no início do curso da doença, em conjunto com outras terapias que visam prolongar a vida, como quimioterapia ou radioterapia, e incluem as investigações necessárias para melhor compreender e gerenciar complicações clínicas angustiantes.

Principais características

  • Fornecer alívio da dor, redução do sofrimento e de outros sintomas angustiantes
  • Não tem a intenção de acelerar ou adiar a morte
  • Integrar os aspectos psicológicos e espirituais do cuidado ao paciente
  • Oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até a morte
  • Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente e com o próprio luto
  • Utilizar uma abordagem em equipe para atender às necessidades dos pacientes e das famílias, incluindo aconselhamento de luto, quando necessário
  • Melhorar a qualidade de vida através do controle de sintomas descompensados como dor, náuseas, falta de ar, falta de apetite, depressão e ansiedade, que podem influenciar positivamente o curso da doença.

DIREITOS RESERVADOS ®
Proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Companhia de Imprensa e da Yakult.

Matérias da Edição

• Mais sobre Dicas Saudáveis