Também conhecida como ciatalgia, a dor ciática é uma condição dolorosa que se manifesta pela compressão ou inflamação no nervo ciático, maior nervo do corpo humano, que tem início a partir de diversas raízes nervosas da região da coluna lombar se estendendo por quadril, joelhos e tornozelos, além dos músculos das pernas e dos pés. Condição muito comum no Brasil, especialistas estimam que ocorram mais de 2 milhões de casos por ano, podendo acometer até 60% da população ao longo da vida – sendo igualmente prevalente em homens e mulheres. Com pico de incidência a partir dos 40 anos, as dores são impulsionadas principalmente por sedentarismo e obesidade, podendo se resolver em até 40 dias com medicação para dor e fisioterapia, em cerca de 90% dos casos.
Originada por uma série de condições, a principal causa de dor ciática é a hérnia de disco, que se forma quando ocorre uma ruptura do disco (fissura do anulo fibroso) fazendo com que, além da compressão, o material do seu núcleo possa vazar e causar a inflamação devido à sua composição química”, explica o médico ortopedista André Evaristo Marcondes, especialista em coluna do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Outras causas incluem degeneração discal, espondilolistese, estenose do canal lombar, doenças crônicas (como diabetes, artrose ou alterações inflamatórias articulares), gestação – pela compressão do nervo de forma direta ou indireta por conta do aumento da retenção de líquidos e o inchaço associado –, além de traumas.
“A dor ciática pode irradiar por toda a extensão do nervo, começando com formigamentos que evoluem para dor de intensidade progressiva, seja de forma aguda com pontadas e queimação; ou crônica, quando mesmo com tratamento as dores persistem”, comenta o especialista. O diagnóstico de dor ciática é fechado a partir de exames físico e de imagem (para avaliar a presença de hérnia de disco), com indicação de tratamento que inclui medicações analgésicas e anti-inflamatórias, fisioterapia, compressas frias ou de calor local, repouso e infiltrações com corticoide. Nos casos refratários ou persistentes, podem ser indicadas cirurgias minimamente invasivas para descomprimir o nervo ciático, possibilitando o retorno precoce do paciente às suas atividades cotidianas.
Para evitar e aliviar as dores, a melhor prevenção é a adoção de hábitos de vida saudáveis para a manutenção do peso e da postura. “Realizar regularmente exercícios, alongamento, caminhada e fortalecimento muscular (respeitando seus limites) na região abdominal e nas costas, auxilia na sustentação da coluna e evita o desgaste dos discos intervertebrais”, avalia o ortopedista. Além disso, recomenda-se não ficar muito tempo na mesma posição, fazer compressas frias ou quentes para conter a inflamação, ter ergonomia no trabalho ou em casa com o uso de cadeiras e colchões adequados, fazer uso de analgésicos e anti-inflamatórios (apenas com prescrição médica), recorrer a terapias alternativas, como acupuntura e, principalmente, evitar o sobrepeso. Para o especialista tais cuidados ajudam a aliviar o quadro de dor, que pode durar até seis semanas, mas o acompanhamento médico é essencial para identificar a manifestação da dor ciática, sua evolução e melhores formas de alívio.