De acordo com o monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, ao longo de 2024 o Brasil já registrou mais de 1,5 milhão de casos de dengue. Recentemente, o Ministério da Saúde incorporou a vacina tetravalente QDENGA no Sistema Único de Saúde (SUS), que tem o vírus atenuado, ou seja, enfraquecido para níveis considerados seguros. A campanha atual segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e prioriza a faixa etária de 6 a 16 anos devido à maior incidência de casos graves, complicações e óbitos.
Entretanto, o público que pode ser imunizado é maior, englobando pessoas de 4 a 60 anos de idade – exceto gestantes, puérperas, imunossuprimidas ou que tenham alergia grave a algum componente da vacina. “Esse imunizante pode ser aplicado tanto em pessoas soropositivas como soronegativas, ou seja, quem nunca foi acometido pela dengue também poderá ser vacinado”, explica a médica pediatra Heloisa Ihle Garcia Giamberardino, coordenadora do Centro de Vacinas do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.
O esquema da vacina tetravalente QDENGA no SUS é composto por duas doses por via subcutânea, com intervalo de três meses, independentemente de histórico prévio de dengue. O imunizante é exclusivo para proteção contra a dengue. “Até o momento, não há indicação para uma nova imunização para quem já recebeu as três doses do imunizante anterior Denguevaxia”, explica a médica.
Cuidados
Após a picada, o indivíduo pode levar até 15 dias para começar a desenvolver os sintomas. Entre os sinais de alerta, destaque para a febre alta que dura de três a sete dias, associada à dor de cabeça, dor nos olhos, fraqueza muscular e dor nas articulações. O sangramento na gengiva, na pele, na evacuação ou no vômito indica dengue hemorrágica, que exige um atendimento emergencial.
O diagnóstico médico é feito por meio de análise clínica, epidemiológica e exames laboratoriais. Já o tratamento é fundamental para evitar manifestações mais graves. Nos casos mais leves é recomendado repouso, hidratação e controle dos sinais clínicos. Já em situações mais graves pode ser necessário o internamento para hidratação intravenosa e até mesmo suporte intensivo.
A dengue
O Aedes aegypti – transmissor da dengue – se reproduz em regiões quentes e com água parada. Por isso, o principal cuidado é com a higienização dos ambientes, eliminando o acúmulo de lixo e de água parada.