Nutrição adequada e o equilíbrio hormonal

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Alimentação adequada para o equilíbrio hormonal

Escrito por: Elessandra Asevedo

A nutrição adequada é fundamental para a promoção da saúde e do bem-estar, incluindo o papel vital na manutenção do equilíbrio hormonal e na promoção da longevidade. A preocupação é global e, por causa disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, recomenda que os governos elaborem e atualizem regularmente diretrizes nacionais sobre alimentação e nutrição. O documento propõe que sejam levadas em consideração as mudanças nos padrões alimentares, nas condições de saúde da população e nos avanços científicos.

Iniciativas que apoiam a redução do consumo de sal e açúcar no ambiente doméstico e mudanças na rotulagem de alimentos já estão sendo colocadas em prática no Brasil.  Por exemplo, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) tem trabalhado para que a nutrição seja reconhecida pelo papel vital na manutenção do equilíbrio hormonal e na promoção da longevidade.

O médico ginecologista José Maria Soares Júnior, presidente da Comissão de Ginecologia Endócrina da Febrasgo, explica que os hormônios desempenham um papel fundamental na regulação de várias funções do corpo, incluindo metabolismo, crescimento, reprodução e resposta ao estresse. “Uma alimentação balanceada e nutritiva pode ter um papel fundamental na regulação hormonal e na promoção de uma vida mais longa e saudável”, destaca.

Além disso, há necessidade de equilíbrio nos macronutrientes, como proteínas, carboidratos e gorduras. Entre os micronutrientes, o médico destaca o iodo, importante na síntese de hormônios tireoidianos. O excesso de carboidratos e gorduras também tem impacto no peso e no metabolismo, levando ao excesso de insulina, o que afeta a saúde reprodutiva e aumenta o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus.

Saúde reprodutiva

A nutrição adequada é fundamental na saúde reprodutiva feminina, influenciando o equilíbrio hormonal. Um sincronismo adequado entre diversos hormônios é essencial para a atividade ovariana e um ciclo menstrual regular, além de ser vital para a fertilidade. Quando há excessos na alimentação, com aumento das calorias, além do ganho de peso, podem surgir fatores que interferem nos hormônios, especialmente na função ovariana, dificultando a ovulação e a produção de progesterona e, assim, impactando negativamente na saúde reprodutiva.

Síndrome dos ovários policísticos

As mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) frequentemente consomem grandes quantidades de alimentos, o que pode ter um impacto significativo no peso corporal e na saúde reprodutiva. Essa síndrome é uma condição endócrina comum que afeta mulheres em idade reprodutiva. A SOP é caracterizada por desequilíbrios hormonais, como altos níveis de androgênios (hormônios masculinos), ciclos menstruais irregulares e múltiplos cistos nos ovários.

“Portanto, é fundamental que o tratamento da SOP comece com a adoção de uma dieta balanceada, que inclua uma redução calórica adequada variando de 750 a 1.500 calorias por dia, combinada com a prática regular de atividade física”, pontua o médico. Em síntese, a escolha da dieta mais adequada depende do padrão alimentar que a paciente seguia antes de iniciar essa mudança de estilo de vida.

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