Adotar hábitos alimentares saudáveis é fundamental para a qualidade de vida, pois fortalece o sistema imunológico e melhora a saúde física e emocional. Ainda não existe comprovação científica de que os hábitos alimentares favorecem a fertilidade, ou mesmo que um grupo alimentar possa, isoladamente, aumentar as chances de a mulher engravidar. Entretanto, os especialistas na área afirmam que uma dieta balanceada e nutritiva, aliada a outros bons hábitos de vida, pode estabelecer um ambiente propício à fertilidade de mulheres e homens.
De acordo com a médica ginecologista e obstetra Aline Leite, membro da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), os cuidados com a saúde devem começar muito tempo antes de a mulher pensar em engravidar. “A manutenção de hábitos saudáveis é fundamental para o bem-estar em qualquer fase da vida”, avalia. Dessa forma, adotar hábitos alimentares saudáveis, praticar atividades físicas, manter uma boa hidratação, evitar fatores estressores e ter boas noites de sono contribuem para o equilíbrio das funções corporais e para o bom funcionamento dos órgãos e estruturas.
Em contrapartida, condutas alimentares inadequadas podem danificar a saúde como um todo, inclusive a função reprodutiva. “Seja pela desnutrição ou por uma alimentação compulsiva que aumenta as chances de obesidade, o fato é que não adotar uma dieta equilibrada e rica em nutrientes apresenta riscos maiores para quadros de infertilidade feminina ou masculina”, comenta a especialista.
Alimentos benéficos
Entre os alimentos que podem ser introduzidos na dieta, a médica recomenda o mel. Rico em nutrientes, ácido fólico, vitaminas A, C, E e algumas do complexo B, o mel oferece inúmeros benefícios. “Auxilia as mulheres na menopausa, previne a secura vaginal e reduz os efeitos dos poluentes no desenvolvimento dos óvulos. Além disso, apresenta a capacidade de melhorar questões relacionadas à ereção e impotência em homens”, observa.
Os grãos também atuam a favor da fertilidade. Grãos integrais como arroz, quinoa e aveia são fontes de fibras, vitaminas e minerais que ajudam a regular os hormônios e aumentar a ovulação. Apesar de aliviar efeitos da menopausa, prevenir doenças cardíacas e osteoporose, a especialista recomenda baixa – ou nenhuma – ingestão de grão de bico e soja na gravidez.
Portanto, embora a alimentação isoladamente não seja um tratamento contra a infertilidade, sem dúvida colabora para a saúde reprodutiva. “Incluir alimentos ricos em nutrientes na dieta pode aumentar as chances de fertilidade e contribuir para um ambiente mais propício à concepção”, afirma a médica. Entretanto, é fundamental consultar um nutricionista ou médico especializado em fertilidade para personalizar uma dieta de acordo com as necessidades específicas de cada paciente, aumentando as chances de uma gravidez saudável e bem-sucedida.