Existe uma grande diferença entre os chamados remédios para emagrecer e o termo medicamento para tratamento da obesidade. No entanto, as pessoas costumam confundi-los devido ao aumento da oferta de produtos e tratamentos para perda de peso no mercado. Os medicamentos para tratamento da obesidade possuem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e são receitados por médicos especialistas, que fazem o acompanhamento para resultados eficazes.
Em contrapartida, os remédios para emagrecer são produtos de origem muitas vezes desconhecida. Vendidos na internet sem a necessidade de receita e sem acompanhamento médico, podem ser apresentados como uma solução rápida para perda de peso.
De acordo com o médico endocrinologista André Vianna, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) no Paraná, a obesidade é uma doença crônica e os medicamentos fazem parte do tratamento. Por isso, não consistem em uma solução rápida e pontual para emagrecer.
Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o médico lembra que quando se fala em tratamento para emagrecer, que é um termo popular, as pessoas acham que basta perder peso e conseguir o objetivo. No entanto, um tratamento de obesidade deve ser mantido por longo prazo e reúne uma série de condutas.
“É preciso agregar mudança no estilo de vida com hábitos alimentares saudáveis, prática regular de atividade física e uso de alguns medicamentos para ajudar no controle do peso”, exemplifica. Além disso, muitos indivíduos que não têm obesidade compram medicamentos destinados ao tratamento em busca de uma solução rápida para perder alguns quilos, o que pode trazer muitos riscos para a saúde e a própria recidiva de peso.
Cirurgia bariátrica
Quando os mecanismos de tratamento não são suficientes para tratar a obesidade, o paciente pode receber a indicação de cirurgia bariátrica. O procedimento deve ser recomendado como opção para indivíduos com níveis mais severos de obesidade ou em casos de outras doenças associadas ou agravadas, como hipertensão, diabetes, apneia do sono, problemas articulares, colesterol elevado, entre outras.
“Grande parte das pessoas com obesidade mórbida vai morrer antes dos 50 anos e aquelas que chegam até a terceira idade possuem uma qualidade de vida muito ruim”, afirma o médico cirurgião José Alfredo Sadowski, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica no Paraná. Assim, a cirurgia bariátrica é considerada o tratamento mais eficaz para o controle da obesidade mórbida. No entanto, o médico destaca que não é a solução definitiva para o problema, uma vez que a obesidade é uma doença incurável.
Medicamentos manipulados
O uso de medicamentos para tratamento da obesidade manipulados, como chás, shakes e dietas milagrosas, também é um risco para quem busca o emagrecimento fácil. Isso porque o consumo excessivo de ervas e dietéticos pode ser perigoso principalmente para o fígado, podendo levar o paciente a óbito. “Os fitoterápicos não apresentam controle sanitário rigoroso e podem conter elementos na composição não descritos na bula, pois estão no mercado como suplementos alimentares e não passam por regulamentação da Anvisa”, alerta a médica hepatologista Claudia Ivantes, do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP) do Hospital Nossa Senhora das Graças, do Paraná.