Os psicobióticos são um grupo de probióticos que afetam funções e comportamentos relacionados ao sistema nervoso central (SNC). Mediados pelo eixo intestino-cérebro (GBA) por meio de vias imunológicas, humorais, neurais e metabólicas, têm por objetivo melhorar não apenas a função gastrointestinal, mas também a capacidade antidepressiva e ansiolítica.
De acordo com o estudo ‘Psychobiotics in mental health, neurodegenerative and neurodevelopmental disorders’, desenvolvido em Taiwan, classificados como uma nova classe de probióticos, a aplicação dos psicobióticos levou os pesquisadores a se concentrarem em uma nova área da neurociência. “Dessa forma, nos últimos cinco anos foi relatado que algumas cepas psicobióticas inibiam a inflamação e diminuíam os níveis de cortisol, resultando na melhora dos sintomas de ansiedade e depressão”, descrevem.
Os cientistas afirmam no estudo que os psicobióticos são eficazes na melhoria de distúrbios neurodegenerativos e do neurodesenvolvimento. Dessa forma, o uso de psicobióticos pode melhorar a função gastrointestinal, os sintomas de espectro do autismo (TEA), as funções motoras de pacientes com doença de Parkinson e a cognição em pacientes com doença de Alzheimer. “No entanto, as evidências sobre os efeitos dos psicobióticos nas condições e nos transtornos mentais e neurológicos permanecem limitadas”, descrevem. Portanto, mais estudos sobre psicobióticos são necessários para determinar sua eficácia e seu mecanismo como tratamento para vários transtornos psiquiátricos no futuro.
Modo de ação
Algumas cepas únicas ou múltiplas podem melhorar as funções do sistema nervoso central, incluindo humor, ansiedade, depressão e resposta ao estresse, que são mediadas pela modulação da inflamação, do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) e dos neurotransmissores. “Além disso, os tratamentos com psicobióticos têm demonstrado efeitos promissores nas doenças neurodegenerativas e do neurodesenvolvimento, alterando a microbiota fecal, a inflamação, o estado oxidativo e a função da insulina”, descrevem os autores do estudo.
Os probióticos também podem desempenhar um papel crucial na regulação da agregação de α-sinucleína nas células enteroendócrinas, na produção de metabólitos microbianos e na ativação do nervo vago em distúrbios neurodegenerativos e do neurodesenvolvimento. “Assim, os tratamentos com psicobióticos podem ser uma estratégia promissora para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem de distúrbios neurodegenerativos e do neurodesenvolvimento”, acentuam. O artigo foi publicado em 2019 no Journal of Food and Drug Analysis – doi: 10.1016/j.jfda.2019.01.002.