Menos barulho, poluição e estresse são alguns dos benefícios de viver em cidades mais arborizadas. A vegetação atenua as temperaturas e melhora a qualidade do ar, prevenindo doenças respiratórias e melhorando a qualidade de vida e o bem-estar. Essa afirmação foi validada recentemente em um estudo conduzido por pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Os pesquisadores avaliaram como a infraestrutura verde urbana, ou seja, praças, parques, jardins planejados, fragmentos florestais, reservas florestais urbanas, bosques e arborização, impacta na saúde respiratória da população.
O estudo analisou informações de 397 cidades do Estado do Paraná, a partir de dados de domínio público das fontes Datasus, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná. Algumas características foram ponderadas pela população total e pelos segmentos sexo e faixa etária. Além disso, foram escolhidos indicadores associados à arborização de ruas e à área de unidades de conservação da biodiversidade por habitante nos limites do município.
Os resultados mostraram que as características foram adequadas, validando que os espaços verdes urbanos como unidades de conservação da biodiversidade têm um efeito positivo na proteção para doenças do aparelho respiratório. “Isso foi validado pela redução das taxas de hospitalização nestas localidades, quando comparadas a áreas mais urbanizadas e com menor biodiversidade”, comenta a engenheira civil Luciene Pimentel, professora da PUCPR e uma das autoras da pesquisa.
Tais resultados podem subsidiar políticas públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental e a gestão da saúde urbana. “A redução das taxas de internações por doenças respiratórias tem um benefício colateral na redução dos custos com hospitalizações por agravos de saúde e outras infecções, podendo contribuir ainda para a redução do absenteísmo escolar e no trabalho”, conclui a docente. O artigo ‘Ecosystems services and green infrastructure for respiratory health protection: A data science approach for Paraná, Brazil’ também é assinado pelos professores doutores Edilberto Nunes de Moura e Fábio Teodoro de Souza e pelo doutorando Murilo Noli da Fonseca, da PUCPR.