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DTM e bruxismo são condições distintas

Escrito por: Fernanda Ortiz

A disfunção da articulação temporomandibular (DTM) é um conjunto de alterações nas articulações que ligam o maxilar à mandíbula. Incidente em boa parte da população mundial, o problema pode se manifestar com sintomas como dores de cabeça, estalos ao abrir e fechar a boca, dor na região dos ouvidos, musculatura da face, zumbido e, até mesmo, travamentos na mandíbula. O bruxismo, por sua vez, é um dos fatores etiológicos da DTM, caracterizado por atividades do músculo da mastigação, que é controlado pelo sistema nervoso central e se manifesta pelo hábito de ranger, apertar e bater os dentes.

Além de muita dor em regiões da face e ouvidos, quando não tratada a DTM pode comprometer a fala e a mastigação. “Essa disfunção envolve a articulação temporomandibular (ATM), que conecta o osso mandibular ao osso temporal do crânio (localizado próximo aos ouvidos), que é responsável pela abertura e pelo fechamento da boca, pela mastigação e fonação”, explica a cirurgiã bucomaxilo facial Juliana Mussi, do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia. O bruxismo é descrito pelo hábito inconsciente de tensionar os músculos da face e apertar ou ranger os dentes na vigília (acordado), principalmente durante o sono, período em que a incidência é muito maior causando microdispertares que prejudicam o sono de qualidade. As duas condições estão relacionadas a períodos de estresse, ansiedade e concentração (exclusiva do bruxismo).

O diagnóstico dessas manifestações é feito por meio de avaliação clínica (verificação da articulação e da musculatura) e exames de imagens, a exemplo da ressonância magnética. “O tratamento é individual, a depender da condição diagnosticada, intensidade e manifestação dos sintomas. Para a grande maioria dos pacientes com DTM e, consequentemente, com bruxismo, a terapêutica é clínica e pode ter indicação de fisioterapia, agulhamento seco, acupuntura, uso da placa de mordida, laserterapia e medicamentos para dores crônicas e agudas”, descreve a especialista. Em alguns casos podem ser indicados procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, como infiltrações de substâncias (como a toxina botulínica) dentro da articulação, e artroscopia.

“As mulheres, curiosamente, são as que mais recorrem ao tratamento especializado. Isso pode ser explicado por estudos que apontam o estrogênio (hormônio sexual feminino) como um possível fator de alteração do metabolismo ósseo e da cartilagem da articulação temporomandibular, bem como do mecanismo regulador da dor”, acentua a cirurgiã. Para melhor a resposta às terapias propostas, especialistas recomendam uma rotina de atividade física regular e alimentação balanceada, assim como o acompanhamento de equipe multidisciplinar para avaliação dos aspectos psicológicos como alternativas para reduzir a ansiedade e o estresse, comuns nesses pacientes.

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